Anvisa emite alerta sobre riscos do uso de alisantes capilares com substâncias proibidas como formol e ácido glioxílico. O tema também é pauta de ações de fiscalização realizadas recentemente pela Agência.
Por Danielle Bittencourt, Bianca Boaventura e Rafael Almeida
A Anvisa divulgou, em 07 de julho de 2025, o Informe de Segurança GGMON nº 03/2025, que alerta a população sobre os sérios riscos aos cabelos e à saúde decorrentes do uso de alisantes capilares irregulares.
O Informe enfatiza que, embora exista a regulamentação sobre os requisitos de regularização, inclusive definindo quais substâncias são permitidas para uso em alisantes, produtos não regularizados são amplamente comercializados. Essa prática exige atenção redobrada dos consumidores, não somente na identificação de produtos irregulares, como também na conscientização sobre os potenciais riscos à saúde que esses produtos podem oferecer.
É essencial destacar que é proibida, para fins de alisamento, a adição de formol e de ácido glioxílico em produtos cosméticos. Esses ativos podem causar irritações e queimaduras no couro cabeludo, problemas respiratórios decorrentes da inalação de vapores, além de danos graves aos fios como quebra, ressecamento e aumento do frizz. Além disso, o formol é potencialmente cancerígeno e o ácido glioxílico pode causar danos à estrutura capilar e lesões no couro cabeludo, especialmente quando aquecido.
Para mitigar esses riscos, a Anvisa recomenda condutas claras e simples, tanto para consumidores quanto para profissionais de salões de beleza; são elas:
A) Consumidores devem sempre verificar o número de registro do produto, obrigatoriamente inserido na embalagem, evitar itens sem rótulo ou com promessas exageradas, e realizar testes de mecha antes da aplicação;
B) Profissionais devem utilizar apenas produtos registrados e adquiridos de fornecedores confiáveis, recusar a aplicação de produtos sem registro ou com ingredientes proibidos, e garantir a própria proteção e a do cliente, utilizando luvas, máscaras e ambientes ventilados.
Para identificar produtos irregulares, é fundamental constatar (i) a ausência do número de registro na Anvisa, na caixa do produto, (ii) cheiro forte de formol, (iii) origem desconhecida ou (iv) preços excessivamente baixos.
Além das ações educativas, objetivando a proteção da saúde pública, a Anvisa vem intensificando as ações de fiscalização. No mês de junho, em parceria com a Vigilância Sanitária do estado de São Paulo e com as respectivas Vigilâncias Sanitárias municipais, foram realizadas ações de fiscalização em empresas fabricantes de alisantes de cabelo – nomeada de Operação Alisamento Seguro.
A Operação resultou no cancelamento de diversos produtos alisantes irregulares e gerou a imposição de medidas preventivas às empresas inspecionadas, tais como a suspensão da fabricação, da comercialização, da distribuição e do uso, além do recolhimento de produtos.
Todo este cenário impõe ao setor regulado, assim como ao consumidor, redobrar a atenção quanto à necessidade de registro de produtos alisantes e ao cumprimento da legislação sanitária, em prol da harmonia entre a saúde pública e a atividade econômica.
O time de regulatório-sanitário do CMT está atento às deliberações da Anvisa e encontra-se apto a apoiar o agente regulado, sempre que necessário.
